Foto: Renan Mattos (BD _ 25/05/2018 )/ Placa na porta da Farmácia Municipal da Rua Roque Calage informa sobre a falta dos materiais
Duas vezes por dia, a empregada doméstica Maria Marli do Nascimento, 62 anos, precisa medir a taxa de glicose no sangue e, se necessário, aplicar a insulina em função da Diabetes tipo 2. Para isso, ela conta com a ajuda dos insumos disponibilizados de graça na Farmácia Municipal de Santa Maria. Mas, desde abril, o marido dela enfrenta dificuldades para pegar os produtos, entre eles seringa, lancetas (para coleta de sangue) e fitas.
- Faz um tempo que não preciso retirar as seringas, mas todo mês vou lá pegar os outros produtos. No final de abril, fui pegar lancetas e fitinhas, mas só um dos itens estava disponível. O mesmo aconteceu no mês de maio. A moça que me atendeu disse que não tem previsão de chegar. Eu respeito as funcionárias, só que alguém está se omitindo da sua responsabilidade, ou seja, ou a prefeitura ou algum funcionário que não faz os pedidos - desabafou o aposentado Enio Escobar do Nascimento.
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O casal, que mora no Bairro Pinheiro Machado, vai uma vez por semana na Farmácia Municipal e liga todos os dias para saber se os materiais chegaram. Alguns, eles tiveram que comprar na rede particular.
Conforme a coordenadora da Política da Assistência Farmacêutica do município, Salete Zago de Barros, a falta de insumos na Farmácia Municipal Central, que fica na Rua Roque Calage, no Centro, ocorre há 15 ou 20 dias.
- Faltam seringas e lancetas, mas o que mais preocupa são as seringas. A notícia boa é que a gente conseguiu um pouco do material com um fornecedor e, na segunda-feira vai ter um pouco na farmácia. Daí, a gente vai dividir entre as pessoas, porque, conforme o protocolo do Ministério da Saúde, o paciente pode reaproveitar a mesma seringa até oito vezes. Então, vamos ver uma quantidade para cada paciente para resolver o problema até chegar o lote - diz.
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NORMALIZAÇÃO EM JUNHO
Ainda de acordo com Salete, a compra dos materiais está em processo licitatório desde março, e a expectativa é que a distribuição seja normalizada até a metade de junho, já que é necessário cumprir prazos legais.
Normalmente, os pacientes vão até a Farmácia Municipal Central ou na Farmácia Distrital, que fica em Camobi, uma vez por mês. Os materiais chegam separados, mas o correto é entregar tudo junto a cada paciente, conforme a prescrição médica e o consumo. A farmácia faz uma previsão mensal para saber quantos materiais são necessários no mês e envia para o setor financeiro da Secretaria da Saúde, que faz a compra.
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]Segundo o superintendente administrativo-financeiro da pasta, Heverton Prates, o pedido de compra é baseado no levantamento dos farmacêuticos. Sobre a demora para chegar os materiais para diabéticos, Prates explica que o processo licitatório é demorado devido aos prazos legais para recursos.
- Eu acho que há programação das aquisições sim, mas pode ser que houve um aumento de consumo. A gente sempre tem a preocupação de nunca deixar faltar, mas às vezes esbarramos na burocracia - pondera Prates.